Racismo estrutural: o que é isso?
Certamente você sabe o que é racismo e pode até já ter sido vítima de racismo, a discriminação baseada nas diferenças externas, corporais, entre os povos, como cor da pele, tipo de cabelo, de olhos. Racismo não ocorre apenas entre a população negra, mas no Brasil é o tipo mais comum, como consequência de 300 anos de escravidão.
A naturalização da discriminação leva ao racismo estrutural, nem sempre percebido no dia a dia. O racismo estrutural não é o ato isolado de xingar alguém pela cor de sua pele. Ele está enraizado na sociedade e nem sempre é percebido facilmente. Mas basta olhar à nossa volta.
Por que há poucos negros em cargos de chefia nas maiores empresas do país? Por que a representação dos negros no legislativo e nos altos escalões do judiciário é tão pequena? Por que as estatísticas mostram maiores percentuais de morte violenta entre negros? Por que escritores e atores negros ainda são minoria?
Porque há limitações em nossa sociedade, que reflete um processo histórico no qual os privilégios a determinados grupos étnico-raciais foram reproduzidos nas esferas econômicas, culturais e políticas, dominando as relações do dia a dia.
Mas é possível combater o racismo estrutural. Não é fácil e exige o esforço de todos. Práticas antirracistas efetivas precisam ser implantadas e nosso papel é reivindicar essas práticas, através da participação política e social. Além disso, as ações afirmativas que buscam beneficiar pessoas discriminadas através do acesso à educação, saúde, emprego, como a lei das cotas que reserva 20% das vagas oferecidas em concursos públicos da administração pública federal para pessoas negras.
Os resultados aparecem lentamente, mas já há o que comemorar: pela primeira vez, em 2021, as mulheres negras passaram a ser maioria nas universidades públicas brasileiras.